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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Retirada de mais de 14 mil toneladas de sódio de alimentos.


Acordo prevê que as indústrias promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal das prateleiras até 2020.


Foto: Divulgação
O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informaram hoje (29) que o acordo de redução de sódio em alimentos processados já possibilitou a retirada de 14.893 toneladas dos produtos alimentícios. A meta é que as indústrias promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal das prateleiras até 2020.
Os dados são resultados das três primeiras fases do acordo, iniciado em 2011.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que esse é um resultado positivo e destacou o trabalho de desenvolvimento e pesquisa da indústria de alimentos. “O Brasil é referência mundial nesse programa de redução de sódio na alimentação. Daí a importância da pesquisa, desenvolvimento e investimento da indústria nesses insumos que vão substituir o sal e que produzem os resultados positivos”, disse.
Segundo o presidente da Abia, Edmundo Klotz, retirar o sal é muito mais complicado do que parece, já que, além de realçar o sabor, o cloreto de sódio é um antioxidante natural, que faz prolongar a vida dos alimentos. “Só que ele tem consequências para a saúde, então tem que haver um substituto”, disse. “Tivemos a demonstração daquilo que pode acontecer quando o governo abre as portas para encontrar soluções em comum com o setor privado”, completou, destacando o sucesso do acordo.
Na terceira etapa do acordo, a maior redução de sódio foi observada nos temperos, com queda de 16,35%, seguida pela margarina com 7,12%. Outras categorias também registraram queda: cereais matinais, 5,2%; caldos e cubos em pó, 4,9%; temperos em pasta, 1,77%; e tempero para arroz, 6,03%. Caldos líquidos e em gel é a única categoria que teve aumento na concentração de sódio, 8,84%.
O volume total de sódio reduzido dos alimentos na três etapas, corresponde, segundo o ministério, a 3.723 caminhões de 10 toneladas carregados de sal; alinhados, eles preencheriam 52 quilômetros de estradas.
Redução por etapas
A primeira etapa do acordo, assinado em abril de 2011, estabelecia metas nacionais de redução de sódio em massas instantâneas, pães de forma e bisnaguinhas. Os resultados mostraram que 1.859 toneladas de sal foram retiradas dos alimentos nessa fase.
Em outubro de 2011, a retirada de sal foi acertada para batatas fritas, salgadinhos, bolos e misturas para bolos, maionese e biscoitos, com redução total de 5.793 toneladas. Os resultados da terceira etapa do acordo, assinado em agosto de 2012, que previa a redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais até 2015, mostraram redução de 7.241 toneladas de sal nos alimentos.
A quarta fase, assinada em novembro de 2013, estabelece redução de sódio em empanados, queijo mussarela, sopas, requeijão cremoso, hambúrguer e embutidos, como linguiças e salsicha. Os resultados dessa etapa deverão ser apresentados até o fim deste ano. Segundo o ministério, as metas são progressivas e já está em discussão a renovação das metas da primeira etapa.
A Abia representa hoje 70% das indústrias de alimentos do país.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou também dados mostrando que, em 2014, 94,5% das 22 empresas pesquisadas já haviam alcançado a meta da terceira etapa e traziam essa informação nos rótulos. Segundo o ministério, as demais empresas foram notificadas e se adequaram posteriormente.
De acordo com o Ministério da Saúde, o brasileiro consome uma média de 12 gramas de sódio todos os dias. O valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de menos de 5 gramas por dia.







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