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terça-feira, 12 de julho de 2016

Caso Serenata de Amor: "Perderemos um símbolo da cultura capixaba", diz presidente da Findes.


Representantes da indústria e dos trabalhadores da Garoto temem que a a perda do bombom Serenata de Amor enfraqueça a fábrica capixaba e leve a receita do faturamento do produto para outro lugar.



O anúncio da venda da fábrica de chocolates da Garoto para a Nestlé, em 2002, causou um grande temor nos capixabas com a possibilidade de que a indústria pudesse deixar o Espírito Santo. 


Quatorze anos depois, a possibilidade da venda da produção do bombom Serenata de Amor, principal produto da empresa capixaba, traz de volta a sensação de perda de um símbolo local. 


Pelo menos esta é a análise que faz a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Afins do Espírito Santo (Sindialimentação-ES) e funcionária da Garoto, Linda Moraes. Ela afirma que ficou sabendo da possibilidade de venda da produção do Serenata pela imprensa e que o clima entre os trabalhadores do setor é de insegurança.


 

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"Faremos o que tiver ao nosso alcance para preservar a fábrica em Vila Velha, a venda do principal produto da Garoto, o Serenata, preocupa. Não sabemos se isso irá impactar na produção e na diminuição dos postos de trabalho. Quando ela foi vendida, em 2004, recebemos a garantia de que a Garoto não seria enfraquecida, que a fábrica e a sua produção permaneceria no Estado. Ela é um patrimônio do Espírito Santo, somos a favor que se resolva este impasse entre a Nestlé e a Garoto, mas sem perdas para a fábrica os capixabas", conta.


Desde a época da aquisição da Chocolates Garoto, em 2002, há um impasse entre a Nestlé e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que teme que a união das empresas, o que representaria 58% do faturamento do mercado de chocolates no país, pudesse causar prejuízos para a concorrência no setor.


O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, lembra que a compra da fábrica capixaba, naquele período, era vista de maneira positiva, com a aproximação de uma líder do mercado de chocolates com o Espírito Santo. Para ele, esta movimentação de retirada de um carro-chefe da Garoto representa uma "quebra de confiança" para os capixabas.


"Dizia-se que não perderíamos a Garoto, mas que ganharíamos a Nestlé. Fica uma sensação de impotência agora. Para o Estado é muito ruim. A Garoto é um símbolo da cultura capixaba e tem uma importância grande para nossa economia. Tudo o que se fatura hoje em cima da venda do Serenata de Amor será repassado para onde estará instalada a indústria que adquirir a marca. Os capixabas precisam se unir e brigar por este ativo", declara.


 

OUTRO LADO


Questionada sobre a possibilidade da venda, a Nestlé afirma em nota que é comprometida com o crescimento e fortalecimento da Garoto, que possui uma história de 86 anos no Estado do Espírito Santo. A empresa informa que investe na ampliação e modernização de linhas de operação da fábrica e promove a exportação de seus produtos para mais de 40 países.


Sobre o impasse com o Cade, a Nestlé diz que respeita a legislação concorrencial vigente no país e, há 14 anos, demonstra disposição e empenho em encontrar uma solução para a questão antitruste decorrente da operação.



Autor: Rafael Silva | rfreitas@redegazeta.com.br








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