A reportagem levantou dados no Portal
da Transparência da Casa.
(imagem da internet, meramente ilustrativa)
Em ano de crise, os gastos dos
deputados federais que representam o Espírito Santo mantiveram-se praticamente
inalterados quando se compara o primeiro semestre de 2016 com o mesmo período
do ano passado. O desembolso da Câmara para bancar a cota parlamentar foi
apenas 5% menor.
A reportagem levantou dados no Portal
da Transparência da Casa. De fevereiro a junho deste ano a despesa dos dez
deputados capixabas, juntos, foi de R$ 1.376.407,00. Já no mesmo período de
2015 chegou a R$ 1.449.560,59.
A cota é um valor mensal a que cada
deputado tem direito para custear o mandato. Com a verba, é possível pagar
desde tíquetes de estacionamento e pedágio a passagens aéreas, além de
combustível, contas de telefone, corridas de táxi, contratação de consultorias,
serviços postais e de divulgação da atividade parlamentar. Até alimentação entra
na conta.
O mês de janeiro foi descontado para
efeito de comparação porque em janeiro do ano passado os parlamentares, eleitos
em 2014, ainda não estavam no exercício do mandato. Eles tomaram posse em
fevereiro.
Mas em janeiro de 2016, mês em que
estão em recesso, uma espécie de férias, em que sessões não são realizadas, o
portal também registrou despesas dos parlamentares com a cota. O dispêndio foi
de R$ 240.514,62 com a bancada capixaba somente naquele mês. No total, levando
em conta o período de janeiro a junho deste ano, o gasto dos 10 deputados foi
de R$ 1.616.921,91.
Cada deputado do Espírito Santo tem
direito a R$ 37.423,91 por mês. Há meses em que o valor extrapola essa cifra,
mas de acordo com a assessoria da Câmara dos Deputados, isso se dá porque as
notas que comprovam as despesas podem ser apresentadas até três meses após o
gasto ter sido efetuado. O salário de um deputado é de R$ 33.763,00
brutos.
Ranking
Quem mais gastou no primeiro semestre
foi Sérgio Vidigal. De janeiro a junho deste ano a despesa do pedetista foi de
R$ 196.114,66. Em segundo aparece Lelo Coimbra (PMDB), com R$ 195.222,75. Em
terceiro está Helder Salomão (PT), com R$ 194.463,26.
O petista, aliás, aumentou o gasto com
a cota em 55% entre fevereiro e junho do ano passado e o mesmo período deste
ano.
"Ano passado minha assessoria só foi para o interior junto comigo.
Esse ano traçamos que a assessoria visitaria
os municípios do interior para anotar as demandas sem a minha presença. Assim,
o gasto com combustível deve ter aumentado. E também contratamos uma
consultoria para qualificar o mandato. A consultoria faz projetos sobre
pequenas e micro empresas, que é uma área em que temos atuação constante",
afirma Helder. "E eu não uso a cota parlamentar para alimentação. Acho uma
coisa muito pessoal", complementou.
Vidigal, por meio de nota, informou que
presta contas de suas ações e cria mecanismos para um mandato participativo.
"Ouvimos as comunidades, discutimos os problemas do Espírito Santo e
apresentamos projetos que, certamente, vão contribuir, e muito, para mudar a
história desse Estado", diz o texto. Na nota, Vidigal afirma ainda que ao
final de 2015 era o quarto colocado no ranking de gastos da bancada capixaba.
Entre o primeiro semestre daquele ano e
este, no entanto, a despesa do pedetista com a cota parlamentar aumentou 34%.
Lelo, também por nota, informou o
seguinte: “Uso os recursos disponíveis no estrito exercício do meu
mandato, com foco e todo esforço na busca de boas políticas públicas. O único
objetivo é contribuir para a melhoria de todos os capixabas, em especial os que
mais precisam dos serviços públicos.”
Autor: Leticia Gonçalves | lgoncalves@redegazeta.com.br
http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/07/noticias/politica/3956126-em-ano-de-crise-reducao-de-gastos-de-deputados-capixabas-e-minima.html
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