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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Mesmo remédio é vendido por R$ 3,61 e R$ 36,80 em Vitória.


Diferença absurda foi encontrada no preço do diclofenaco de potássio.



Os preços de remédios têm uma variação tão grande de um local para o outro que há medicamentos sendo vendidos com uma diferença de quase 1.000% em Vitória. No país, o percentual supera 5.000%. Foi o que mostrou pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) em farmácias de 15 capitais do país, na última semana de maio e na primeira semana de junho.


A diferença de 919% foi no preço do diclofenaco de potássio, genérico do cataflam (50 mg). O menor valor foi de R$ 3,61, e o maior, R$ 36,80. A disparidade fica 30 vezes maior quando esse valor é comparado com o menor preço do mesmo remédio no país: R$ 1,19, em Curitiba.


A maior variação no país foi no preço do analgésico paracetamol, que foi encontrado pelo preço mais baixo em Curitiba (PR), R$ 0,47, e pelo maior valor, R$ 27, em Campo Grande (MS).


Foram avaliados os preços de 14 medicamentos em 15 capitais no país. Em Vitória, cidade considerada de médio porte, foram consultadas 20 farmácias. Em São Paulo, foram 40. Tanto farmácias de grandes redes quanto as independentes (as de bairros) participaram da pesquisa.


Para o diretor de pesquisa do ICTQ, Marcus Vinícius Andrade, variados podem ser os motivos para a diferença de preços entre as capitais. “Vai desde a questão da logística à questão de distribuição. Há farmácia que consegue comprar em grande quantidade. E nem todos os estados pagam a mesma tributação”, exemplifica o diretor.


Ele cita ainda a questão da rastreabilidade, ao explicar que cargas roubadas não têm como ser monitoradas. E, por isso, ele faz o alerta. “Nem sempre o melhor preço é a melhor opção. O consumidor tem, no mínimo, que visualizar se tem o farmacêutico. Ele que é responsável pela procedência e qualidade do medicamento”, diz o diretor de pesquisa. “Você vê que tem medicamento que custa centavos. Isso não paga nem a caixa”, completa Marcus Vinícius.


Vai aumentar


Marcus Vinícius acrescenta, ainda, que a tendência é de os preços variarem mais nos próximos meses. A pesquisa está na segunda edição. A primeira, lançada há seis meses, mostrou variação de 1.970%; a atual, de mais de 5.000%. “Para a próxima, daqui a seis meses, a tendência é de que isso aumente. Então, isso exige que o consumidor pesquise”, aconselha o diretor.

A reportagem tentou contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofaes), tanto pelo telefone fixo da entidade quanto pelo celular da presidência, para questionar a grande variação de preços, mas não foi atendida.


Programas dão descontos de até 90%


Se não estiver fácil desembolsar dinheiro para pagar os medicamentos, há pelo menos duas opções no Estado que permitem economizar.


Uma delas é fornecida pelo Ministério da Saúde, dentro do programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. Por ele são distribuídos 25 tipos de remédios, tanto gratuitos quanto com descontos que chegam a 90%. A maioria dos remédios é para hipertensão e diabetes.


É preciso apresentar documento de identidade, CPF e receita no prazo de validade de 180 dias. Ela pode ser emitida tanto por um profissional da rede pública quanto da privada.


Farmácia Cidadã


Outra opção é o Farmácia Cidadã Estadual, oferecido pelo governo do Estado. São 296 tipos de medicamentos. Há unidades em Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Colatina, Nova Venécia, Linhares e Venda Nova do Imigrante.


Os mais solicitados são para insuficiência renal, esquizofrenia, Alzheimer, dislipidemia, Parkinson, asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), artrite reumatóide e glaucoma.


Diferenças nos preços


Tyllenol

Vitória: de R$ 8,50 a R$ 28,92

Menor preço no Brasil: 4,09, no Rio de Janeiro (RJ)


Novalgina

Vitória: de R$ 4,50 a R$ 29,87

Menor preço no Brasil: R$ 3,36, no Rio de Janeiro (RJ)


Aspirina

Vitória: de R$ 2 a R$ 14,40

Menor preço do Brasil: R$ 2, em três capitais, Rio de Janeiro, Recife e Vitória


Paracetamol

Vitória: de 2,80 a R$ 22

Menor Preço: R$ 2,13, em João Pessoa (PB)


Dipirona

Vitória: de R$ 2 a R$ 26,30

Menor preço: R$ 2, em 10 capitais


Cataflam

Vitória: de R$ 9,35 a R$ 33,22

Menor preço: 6,98, em Salvador (BA)


Nisulid

Vitória: de R$ 19,50 a R$ 44

Menor preço: R$ 9,90, no Rio de Janeiro (RJ)


Dicoflenaco

Vitória: de R$ 3,61 a R$ 36,80

Menor preço: 1,19, em Curitiba (PR)


Nimesulida

Vitória: de R$ 5 a R$ 22

Menor preço: R$ 3,99, em São Paulo (SP)


Rivotril

Vitória: de R$ 7,90 a R$ 15,37

Menor preço: R$ 7,90


Clonazepan

Vitória: de R$ 8,06 a R$ 27


Ácido acetilsalicílico

Vitória: de R$ 0,70 a R$ 6,90

Menor preço: 0,50, em Recife (PE)

Menor preço: 3,39, em Goiânia (GO)


Lexotan

Vitória: de R$ 28,18 a R$ 45

Menor preço: R$ 10, em Belo Horizonte (MG)


Bromazepan

Vitória: de R$ 7,80 a R$ 23

Menor preço: 3,34, em Recife (PE)


Variações


Vitória

O remédio que apresentou maior variação de preços foi o diclofenaco: 919%. No ranking dos 15 estados avaliados, ficou em terceiro lugar com a maior variação.



Autor: Katilaine Chagas | kchagas@redegazeta.com.br










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