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sábado, 23 de julho de 2016

PACTO VAI ERRADICAR O SUB-REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO.


Acordo de cooperação pela plena garantia do direito à documentação foi assinado.



Todo indivíduo tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica, conforme o disposto no artigo 6º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, e é para garantir esse direito que, desde 2011, o Governo do Estado instituiu o Comitê Gestor Estadual de Políticas de Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira (21/07), o órgão conseguiu mais um avanço nessa luta: a assinatura de um acordo de cooperação pela plena garantia do direito à documentação no âmbito do Estado do Rio.

– A ideia foi sensibilizar os chefes dos órgãos, não apenas aqueles que compõem o pacto, a fim de que as instituições direcionem esforços para a questão do sub-registro – explicou Miguel Mesquita, superintendente de Promoção dos Direitos Humanos e presidente do Comitê Estadual, que é coordenado pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
 
O objetivo da cooperação é integrar os órgãos emissores de documentos para garantir o cumprimento das políticas nacionais e estaduais de erradicação do sub-registro civil de nascimento e ampliação do acesso à documentação básica. Isso possibilitará a plena garantia do direito à documentação básica no estado. O prazo de cooperação é de 60 meses e não prevê transferência de recursos. A gestão será dos integrantes do Grupo de Trabalho Documentação do Comitê Estadual de Erradicação do Sub-registro, que conta com mais nove GTs: sistema penitenciário; educação; população em situação de rua; idosos, pessoas com transtorno mental e com deficiência; saúde; municípios; capacitação; unidades interligadas e, por fim, óbitos e desaparecidos.
 
– Nós temos uma cidadania garantida na Constituição, mas que não consegue ser efetivada pela falta de documento. A percepção do comitê do Rio de Janeiro é que a documentação não é só passaporte de direito. É também onde se guarda toda a história do ser humano, a partir do nascimento. A hora que a gente consegue ver o registro civil, a identidade, como dimensões de uma aplicação prática dos direitos humanos, a gente tem um olhar para essa política muito mais profunda – destacou Raquel Chrispino, que coordena o GT Documentação, junto com o Ministério Público, e o GT do Sistema Carcerário.
 
O encontro

O encontro contou com a presença dos órgãos signatários do acordo: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; Tribunal de Justiça do Rio; Defensoria Pública Geral; Corregedoria-Geral da Justiça; Procuradoria da República no Rio; Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região; secretarias de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, e de Trabalho e Renda; Detran; Receita Federal da 7ª Região Fiscal; e a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio (Arpen). Também participaram integrantes do Comitê Estadual e de quatro comitês municipais: Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Belford Roxo e Nilópolis. Ao todo, o Estado do Rio de Janeiro conta com 13 comitês municipais.

O índice de sub-registro de nascimento no Brasil de 2013, estimado pelo IBGE em 5,1%, e Censo do IBGE de 2010, indica a existência de cerca de 600 mil crianças de 0 a 10 anos sem registro de nascimento, sendo que 28.731 estão no Estado do Rio. Além disso, há a demanda por Registro Civil de Nascimento por parte de adolescentes, adultos e idosos.
 
– O comitê, mais especificamente esse grupo de trabalho que trata da documentação, tem a finalidade de descobrir essa documentação única e implementar políticas que garantam o acesso da população a essa documentação. Esse pacto vai ser importante para consolidar e amarrar cada instituição – apesar de já estarem participando desse GT –, vai materializar formalmente a participação de cada instituição na garantia desses direitos – disse Marcos Fagundes, representante do Ministério Público no Comitê Estadual.
 
Outras conquistas

O Comitê Estadual de Erradicação do Sub Registro articulou a criação da Lei Estadual nº. 7.088/ 2015, sancionada no dia 23 de outubro pelo governador Luiz Fernando Pezão, que determina a instalação de unidades interligadas de registro civil e de postos de atendimento de identificação nos estabelecimentos públicos de saúde e nos conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito estadual, que façam no mínimo 100 partos por mês. Recentemente, a partir de uma mobilização que começou no Comitê, uma parceria entre o Detran, a seção estadual da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) e a Coordenadoria Geral da Justiça, permitiu que os recém-nascidos do Rio de Janeiro tenham o número da identidade em suas certidões de nascimento. A iniciativa é inédita no país e o projeto-piloto foi lançado na maternidade Perinatal, em Laranjeiras. Com a medida, a certidão de nascimento terá a identificação civil e o CPF, que já era incluído no documento.
 
Outra importante iniciativa do Comitê foi a instalação do primeiro Posto de Atendimento Especializado para Identificação Civil da população em situação de rua. A ação foi realizada em parceria com o Detran, a Defensoria Pública do Estado do Rio, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, e a Arpen. Os cidadãos são encaminhados pela rede socioassistencial e têm a garantia do acesso à documentação: 1ª e 2ª via da carteira de identidade e a busca e pesquisa do local de registro de sua certidão de nascimento e casamento.

 » Ascom da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos








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