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domingo, 29 de março de 2015

Das pistas de motocross à presidência da Câmara

Vereador mais novo do estado quer mudar realidade dos jovens de Paty do Alferes.
ROSAYNE MACEDO

Rio - Quando ele nasceu, em setembro de 1994, o Brasil já havia assistido a um dos maiores movimentos políticos de sua história, protagonizado por jovens: o impeachment de um presidente da República, em 1992. 

Julio Avelino Júnior, que tem como hobby o motociclismo, foi rápido ao entrar para a cena política. 

Aos 17 anos, tornou-se o candidato mais novo de Paty do Alferes, a 100 quilômetros do Rio. Eleito em 2012, o mais jovem vereador no estado e um dos mais novos no país foi diplomado aos 18 e agora, aos 20, tem novo desafio pela frente: comandar a Câmara de Vereadores pelos próximos dois anos e depois assumir o posto de prefeito da cidade. 

Como bom piloto de motocross, o sonho do rapaz é superar todos os obstáculos e conduzir o município de 28 mil habitantes, conhecido como a Capital do Tomate, rumo ao desenvolvimento. 

Ele é considerado o sucessor natural de Rachid Elmor (PDT), atual prefeito. Por isso, Julinho Juju, como é conhecido, se apressa em pavimentar o caminho para o Executivo municipal. Diz que a experiência nesses dois anos como vereador o credencia a assumir o cargo. Isso, mesmo ainda bem longe da campanha para as eleições, que só deve começar no segundo semestre de 2016. 

“O atual cenário requer candidatos jovens e isso me favorece. As pessoas querem a renovação na política. O atual prefeito está em seu segundo mandato e já tivemos uma prefeita cassada (Lúcia de Fátima Fernandes Fonseca, do PMDB), que só poderia voltar a disputar em 2020. Parece que agora é a nossa vez”, diz o piloto de motocross, que foi o vereador mais votado da cidade em 2012, com 784 de um universo de 16,7 mil eleitores. 

Perguntado sobre projetos para os jovens, ele diz que a saída está na educação, para que conquistem outras oportunidades, bem diferentes do difícil trabalho na lavoura de tomate. 

A cidade foi a segunda no Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) em 2013, porém, sofre com a falta do Ensino Superior.

“Em Paty o jovem não tem muito futuro. Mas, graças ao projeto de um colega vereador, a prefeitura já fornece transporte e bolsa de 50% para mais de 200 jovens cursarem faculdade na vizinha cidade de Valença”, conta ele, que faz o quinto período de Direito. 

Paty, que arrecadava R$ 70 milhões, viu a receita encolher para R$ 58 milhões com a queda nos royalties do petróleo e nos repasses governamentais. 

A agricultura e a pecuária se mantêm como as principais atividades econômicas da cidade, famosa por organizar a Festa do Tomate no feriado de Corpus Christi. “Falta mão de obra no interior. Isso encarece o custo da produção”, diz Julinho, filho de um conhecido fazendeiro. 

Aposta no turismo e no esporte

A cidade onde nasceu Osório Duque Estrada, autor do Hino Nacional, se orgulha de suas fazendas, casarões e haras, além do Museu da Cachaça, e quer se tornar conhecida também pelo turismo e pela cultura. Um dos projetos de Julinho Juju — eleito pelo PSD e hoje no Solidariedade — é a restauração do casarão de 1805 onde funcionou a sede da Câmara — hoje os 11 vereadores se reúnem em um imóvel alugado. “Temos o sonho de ter nossa sede própria. Estamos tentando recuperar o imóvel, que corre o risco de desabar. Mas precisamos de recursos para recuperar esse patrimônio histórico da cidade”. 

O esporte é outra aposta para o desenvolvimento do município. Julinho levou a etapa nacional de motocross para Paty há quatro anos, fazendo com que a pista, na fazenda de seu pai, fosse reconhecida como a melhor do país pela Confederação Brasileira de Motociclismo. 

Este ano, a meta é trazer a competição de volta para a cidade. Outra iniciativa é o apoio aos Núcleos de Iniciação Esportiva, que se espalham nos bairros, e também aos Jogos Esportivos de Paty de Alferes (Jespa), que já reúnem cerca de 5 mil pessoas em 20 dias, no mês de julho.

Fonte: O Dia


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