Vereador mais novo do estado
quer mudar realidade dos jovens de Paty do Alferes.
ROSAYNE MACEDO
Rio - Quando ele nasceu, em setembro de 1994,
o Brasil já havia assistido a um dos maiores movimentos políticos de sua
história, protagonizado por jovens: o impeachment de um presidente da
República, em 1992.
Julio Avelino Júnior, que tem como hobby o motociclismo,
foi rápido ao entrar para a cena política.
Aos 17 anos, tornou-se o candidato
mais novo de Paty do Alferes, a 100 quilômetros do Rio. Eleito em 2012, o mais
jovem vereador no estado e um dos mais novos no país foi diplomado aos 18 e
agora, aos 20, tem novo desafio pela frente: comandar a Câmara de Vereadores
pelos próximos dois anos e depois assumir o posto de prefeito da cidade.
Como bom piloto de motocross, o sonho do rapaz é
superar todos os obstáculos e conduzir o município de 28 mil habitantes,
conhecido como a Capital do Tomate, rumo ao desenvolvimento.
Ele é considerado
o sucessor natural de Rachid Elmor (PDT), atual prefeito. Por isso, Julinho Juju,
como é conhecido, se apressa em pavimentar o caminho para o Executivo
municipal. Diz que a experiência nesses dois anos como vereador o credencia a
assumir o cargo. Isso, mesmo ainda bem longe da campanha para as eleições, que
só deve começar no segundo semestre de 2016.
“O atual cenário requer candidatos jovens e isso me
favorece. As pessoas querem a renovação na política. O atual prefeito está em
seu segundo mandato e já tivemos uma prefeita cassada (Lúcia de Fátima
Fernandes Fonseca, do PMDB), que só poderia voltar a disputar em 2020. Parece
que agora é a nossa vez”, diz o piloto de motocross, que foi o vereador mais
votado da cidade em 2012, com 784 de um universo de 16,7 mil eleitores.
Perguntado sobre projetos para os jovens, ele diz
que a saída está na educação, para que conquistem outras oportunidades, bem
diferentes do difícil trabalho na lavoura de tomate.
A cidade foi a segunda no
Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) em 2013, porém, sofre com a
falta do Ensino Superior.
“Em Paty o jovem não tem muito futuro. Mas, graças
ao projeto de um colega vereador, a prefeitura já fornece transporte e bolsa de
50% para mais de 200 jovens cursarem faculdade na vizinha cidade de Valença”,
conta ele, que faz o quinto período de Direito.
Paty, que arrecadava R$ 70 milhões, viu a receita
encolher para R$ 58 milhões com a queda nos royalties do petróleo e nos
repasses governamentais.
A agricultura e a pecuária se mantêm como as
principais atividades econômicas da cidade, famosa por organizar a Festa do
Tomate no feriado de Corpus Christi. “Falta mão de obra no interior. Isso
encarece o custo da produção”, diz Julinho, filho de um conhecido fazendeiro.
Aposta no turismo e no esporte
A cidade onde nasceu Osório Duque Estrada, autor do
Hino Nacional, se orgulha de suas fazendas, casarões e haras, além do Museu da
Cachaça, e quer se tornar conhecida também pelo turismo e pela cultura. Um dos
projetos de Julinho Juju — eleito pelo PSD e hoje no Solidariedade — é a
restauração do casarão de 1805 onde funcionou a sede da Câmara — hoje os 11
vereadores se reúnem em um imóvel alugado. “Temos o sonho de ter nossa sede
própria. Estamos tentando recuperar o imóvel, que corre o risco de desabar. Mas
precisamos de recursos para recuperar esse patrimônio histórico da cidade”.
O esporte é outra aposta para o desenvolvimento do
município. Julinho levou a etapa nacional de motocross para Paty há quatro
anos, fazendo com que a pista, na fazenda de seu pai, fosse reconhecida como a
melhor do país pela Confederação Brasileira de Motociclismo.
Este ano, a meta é
trazer a competição de volta para a cidade. Outra iniciativa é o apoio aos
Núcleos de Iniciação Esportiva, que se espalham nos bairros, e também aos Jogos
Esportivos de Paty de Alferes (Jespa), que já reúnem cerca de 5 mil pessoas em
20 dias, no mês de julho.
Fonte: O Dia
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