Em comemoração ao Dia Mundial
de Doação de Leite Humano, celebrado ontem (19), o Ministério da Saúde lançou
hoje (20) a Campanha Nacional de Doação de Leite Materno. O tema deste ano é
"Seja doadora de leite materno e faça a diferença na vida de muitas crianças"
e o público alvo são bebês prematuros.
A
campanha tem como objetivo aumentar o número de novas doadoras voluntárias e o
volume de leite materno coletado e distribuído para recém-nascidos,
especialmente prematuros de baixo peso internados em unidades de saúde.
Atualmente, o volume de leite materno coletado representa de 55% a 60% da real
demanda no país.
"Nossa
meta é que a gente consiga ampliar em 15% a doação de leite humano voltado
prioritariamente para bebês prematuros. Um litro de leite humano vai auxiliar
dez bebês prematuros. É fundamental que todas possam fazer parte dessa
história", destacou a ministra interina da Saúde, Ana Paula Soter.
Dados
do Ministério indicam que, de janeiro a dezembro de 2014, foram coletados em
todo o Brasil 184 mil litros de leite materno, beneficiando 178 mil
recém-nascidos. Ao todo, 164 mil mulheres doaram leite neste período. De 2008
até 2014, aumentou em 11% no volume de coletas de leite materno no país.
"Hoje
em dia, felizmente, as pessoas já têm noção da importância do leite
materno", avaliou o coordenador da Área de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno, Paulo Bonilha. Ele lembrou que a orientação da Organização Mundial da
Saúde é pelo aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e pelo
aleitamento complementar até os 2 anos ou mais.
Números
apresentados pelo ministério mostram que o consumo de leite materno é capaz de
reduzir a mortalidade infantil (crianças menores de 5 anos) em até 13%. No Brasil,
67,7% das crianças mamam na primeira hora de vida e a duração média do
aleitamento materno exclusivo é de 54 dias. Além disso, 41% dos menores de 6
meses tiveram alimentação exclusivamente por leite materno.
A
rede brasileira conta com 215 bancos de leite e 98 postos de coleta.
Atualmente, todos os estados têm pelo menos um banco de leite, mas o Distrito
Federal é a única unidade federativa que consegue ter suficiência de leite
humano para todos os prematuros.
Danielle
Oliveira, 30 anos, é mãe de João Vitor, prematuro que nasceu após 26 semanas de
gestação pesando menos de 1 quilo. Apesar das dificuldades enfrentadas no dia a
dia, ela retira leite para dar ao filho, ainda internado, e também para doar
aos demais bebês prematuros que precisam do alimento.
"É
muito difícil ter um bebê na UTI [unidade de terapia intensiva] e um seio cheio
de leite. A melhor coisa a se fazer é doar. Além disso, você supre um pouquinho
daquela angústia de não ter o seu bebê no seu colo. São poucos minutinhos na
sua vida que fazem muita diferença."
Viviane
Leal da Silva, 25 anos, vive uma história similar - é mãe de Vitor Hugo, que
também nasceu prematuro, após 32 semanas de gestação e pesando pouco mais de
800 gramas. A diferença é que, no caso de Viviane, seu leite não é suficiente
para suprir a demanda do filho internado e ela precisa utilizar o estoque do
banco de leite.
"Quando
ele melhorar, pretendo ser doadora. A gente não sabe a importância que tem o
leite. Para a gente, é muito pouco, mas faz diferença. Se o meu filho não
estivesse recebendo esse leite, ele não teria uma recuperação tão boa como está
tendo. Hoje, ele está com 1 mês e pesa 1,2 quilo."
De
acordo com o Ministério da Saúde, com o leite materno, o bebê fica protegido de
infecções, diarreias e alergias. Além disso, a criança cresce com mais saúde,
ganha peso mais rápido e fica menos tempo internado. O aleitamento materno
também diminui o risco de doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes e
obesidade.
Já
para a mãe, a amamentação ajuda o útero a recuperar seu tamanho original,
diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. As chances de adquirir diabetes
ou de desenvolver câncer de mama e de ovário também diminuem significativamente
com a amamentação.
Ainda
segundo a pasta, toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite
humano. Basta estar saudável e não estar tomando nenhum medicamento que
interfira na amamentação. Quem tiver interesse em doar leite materno deve
procurar o banco de leite mais próximo ou ligar para o Disque Saúde no número
136.
Criado em 20/05/15
12h31 e atualizado em 20/05/15 13h44
Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agência Brasil
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