No interior do Rio,empresas estão dando a importância devida à
preservação da água doce e o seu uso consciente.
EDUARDO
FERREIRA
Rio - A
crise hídrica que atinge todo o Brasil já vem mudando a mentalidade de gestores
de algumas empresas. No interior do Rio, diversas indústrias estão dando a
importância devida à preservação da água doce e o seu uso consciente. Algumas
montaram circuitos fechados para que toda a água utilizada nos processos de
produção seja reaproveitada.
A Stam
Metalúrgica, fabricante de fechaduras e cadeados, em Nova Friburgo, na Região
Serrana, é um exemplo. A empresa adquiriu uma tecnologia importada da Itália
que permite descontaminar a água de metais pesados. Com a técnica, a indústria
deixou de gastar 60 milhões de litros de água por mês, o que equivale ao
consumo mensal de seis mil famílias formadas por quatro pessoas.
“Representantes de empresas da região e até de outros estados do país vêm até
aqui conhecer essa tecnologia”, contou Cleverson Ouverney, técnico de segurança
do trabalho e meio ambiente.
Economia
nos gastos
Pesquisa da
Firjan com 487 empresas do estado revelou que 56,7% delas já adotaram medidas
para reduzir o consumo de água, sendo que 25,8% são relacionadas ao reúso. Com
isso, já obtiveram 25,6% de economia nos gastos. A Companhia Paduana de Papéis
(Copapa), de Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, está nesta
estatística. A empresa criou um sistema na própria estação de tratamento que
direciona a água para o reaproveitamento.
Após a
construção da estação, houve uma queda no desperdício de 62 milhões de litros
de água por mês, o que dá para abastecer uma cidade de 12 mil habitantes
durante o mesmo período. “Sempre pensamos na água como um bem caro e esgotável.
Por isso, fizemos microcircuitos para que ela seja usada sem que precisemos
coletar no rio”, disse o gerente Jairo Santos.
Em
Petrópolis, na Região Serrana, a Werner, uma das principais fabricantes de
tecidos de seda do Brasil, capta água do Rio Piabanha para seu processo
produtivo, em trecho próximo à fábrica. No próprio parque industrial, a água é
tratada, usada e tratada novamente e, depois, devolvida ao rio. A tecnologia
permite devolver 95% da água captada em condições melhores do que quando
entraram na empresa.
Água para
lavar ônibus
A empresa
Auto Viação Macaense, responsável pelo transporte entre os municípios de
Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Macaé, conta com um reservatório no Parque
de Tubos capaz de armazenar 20 mil litros de água, dos quais 15 mil são
reutilizados para a lavagem diária da frota de aproximadamente 90 ônibus. A
empresa implantou o sistema de reaproveitamento total, onde toda a água do
lavatório é captada por ralos e encaminhada a cisternas, sendo submetida a um
processo de purificação para ser usada novamente no dia seguinte.
Segundo o
gerente de manutenção da empresa, César Correia, o sistema reduz drasticamente
o uso de água potável nova, chegando a economizar uma média de 500 mil litros
mensalmente. “Em tempos atuais, onde enfrentamos uma grande crise hídrica e
tanto se discute sobre a preservação ambiental, uma das primeiras preocupações
da empresa foi se adaptar a essa realidade, obedecendo as novas exigências”,
observou.
Campanha em
Macaé
A
secretaria de Ambiente de Macaé lança hoje Dia Mundial da Água, a Campanha de
Uso Consciente da Água e de Preservação dos Recursos Hídricos. A programação
começa às 9h, com abraço simbólico e plantio de árvores no entorno da Lagoa de
Imboassica.
Fonte: O Dia / Estado
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